Educar um filho hoje em dia não é tarefa fácil. Os desafios são muito grandes e é preciso saber enfrentá-los. Fato é que a sociedade evoluiu. É preciso que nos tornemos pais emocionalmente competentes. As inúmeras pesquisas realizadas nos centros universitários, nos mais distintos âmbitos, tem possibilitado entender mais o funcionamento do cérebro infantil. Elas nos mostram que os métodos utilizados por nossos pais já não é efetivo. Gritos, surras, xingamentos, palmadas, castigos não ajudam a que as crianças se desenvolvam autônomas e responsáveis. Essa forma de criar gera crianças pouco empáticas, com baixa autoestima e inseguras.

Uma metodologia baseada na violência física e verbal acaba por gerar filhos agressivos, capazes de cometer bullying com os colegas e pouco dado a aceitar os limites. Imagina tudo isso aliado a uma sociedade com mudanças aceleradas, cada vez mais tecnológica. Os trabalhos que consomem horas e horas diárias de nossas vidas, e com isso o tempo para estar com nossos filhos. Sem contar todo o entorno violento, a influência dos meios de comunicação, a cultura do corpo, do poder, do dinheiro, do sucesso e da fama.

Claro que nosso desejo é fazer o melhor por nossos filhos. E nesse afã de que possam seguir o caminho que traçamos para eles, acabamos por exigir-lhes muito e de uma maneira não muito adequada. Queremos que sejam os mais educados, os mais independentes, os melhores estudantes, os melhores jogadores…

Com tudo isso, esquecemo-nos de criar filhos emocionalmente sãos. Talvez porque não sejamos nós mesmos emocionalmente sãos. Em lugar de ajuda-los a desenvolver uma inteligência emocional que lhe permita dominar suas emoções e encontrar soluções para os problemas, estamos sempre buscando uma perfeição que nunca existirá, estamos perdendo tempo a longo prazo na criação de nossos filhos.

Então, como podemos ser pais emocionalmente competentes, capazes de desenvolver habilidades que nos permitam transmitir valores, inculcar bons hábitos, fortalecer a autoestima, corrigir comportamentos inadequados e estabelecer vínculo afetivo com nossos filhos?

Algumas pautas podemos seguir

. Compartilhar experiências com outros pais. Ajuda muito participar de fóruns, ler blogs de mães e pais, participar de grupos de pais no seu bairro ou na sua cidade. Saber o que passa com as outras famílias e refletir sobre condutas juntos pode ser um grande aliado na hora de tomar decisões sobre seu filho.

. Conhecer as novas descobertas da psicologia infantil. Informar-se, nos dias de hoje, também é uma tarefa nossa como pais. Devemos estar atentos ao que a ciência tem descoberto, pois muito nos auxilia a compreender melhor os comportamentos de nossos filhos e, assim, encontrar soluções mais fácil de como atuar diante dos desafios. No texto “Precisamos estudar para ser pais?” Faço uma interessante reflexão sobre isso.

. Aprender dos erros e dos acertos de outros. Antes de ser pais somos muito críticos em relação à criação dos demais pais. Tudo nos parece mais simples. No entanto, quando somos pais nos encontramos com as mesmas problemáticas e tudo nos parece um bicho de sete cabeças. Para que não nos estressemos tanto, é preciso que saibamos aprender da experiência dos demais.

. Conhecer nossos filhos. É super importante que conheçamos nossos filhos, mas não apenas seus gostos quanto a comida, desenhos animados, cores ou estilo de se vestir. Devemos saber reconhecer seu estado de ânimo, quando está triste ou contente, chateado, emocionado, com raiva… só assim poderemos ajuda-lo.

. Confiar em suas próprias capacidades. Por mais que nos preparemos para ser pais, que adotemos esse ou aquele modelo de criação, nosso instinto paterno e materno também tem sua voz no processo de educação. Somos capazes de educar nossos filhos e devemos crê-lo.

. Dar exemplo a nossos filhos no controle das emoções negativas. Não nos esqueçamos de que nós somos exemplos para nossos filhos. As crianças imitam o que fazemos e o modo como nos comportamos. Se, diante das adversidades tentamos manter a calma e refletir antes de atuar, nossos filhos nos imitarão. Se demonstramos nossa raiva ou nossa frustração com condutas agressivas, assim aprenderá a atuar.

. Dedicar muito tempo com qualidade. Essa é a base para que consigamos que nossos filhos confiem em si mesmos e cresçam independentes, imaginativos, serenos e amáveis. Embora o dia a dia seja tão corrido, tente dar o melhor de você no momento do dia em que estiver com seu filho. Logo, evite estar com ele e ao mesmo tempo no celular ou assistindo à televisão.

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