Você deixa seu filho escolher a própria roupa ou os sapatos que quer usar no momento? Provavelmente a sua resposta é não. Isso porque, se alguma vez o deixou fazer, se deu conta de que suas escolhas não são as mais adequadas para a ocasião. Ou ainda, tinha muita pressa e o tempo da criança é mais lento para realizar a atividade.

Nossa filha está a ponto de completar 2 anos e vive uma fase que quer ser responsável por si mesma. Deseja se vestir sozinha, mas, muitas vezes, pelo modelo da roupa, não consegue. Também quer colocar o sapato sozinha. Quando é de zipper ou de velcro é tudo muito fácil. Mas se há um cadarço no meio… a coisa pode piorar. Isso sem contar que quer colocar bota de chuva quando faz um calor infernal. A foto de entrada desta publicação não nos deixa mentir.

Certamente você já passou por uma situação chata. Você tem pressa e a criança quer se vestir. Se decide insistir em colocar nela a roupa você mesma, a birra está armada. Ou você está pronta para sair de casa, e a criança decide escolher a própria roupa. quer colocar tênis quando o look é um vestido princesinha.

Devemos ter em conta que vivenciar esta fase em sua integralidade é super importante para o aprendizado da criança. É, sobretudo, uma forma de reforçar sua autoestima. Nesse sentido, devemos, nós pais, aprendermos a ter autocontrole emocional para atuar corretamente nesse tipo de situação, sem que isso acabe afetando a autoestima da criança.

Como reforçar a autoestima da criança permitindo-lhe escolher a própria roupa

1. Evite conflitos

Escolha os momentos em que realmente vale a pena tentar que a criança faça o que você quiser. Por exemplo, retomando a foto de apresentação deste post, esse era um dia de calor intenso. Havíamos levado as botas de chuva na viagem porque era verão e queríamos dar a oportunidade à Laura de tomar um banho de chuva. No entanto, não tivemos sorte. Não choveu nenhum dos dias. A bota ficou ali.

Sabe aqueles pequenos momentos de tédio? A criança se vê sem saber o que fazer e busca outra coisa com que se entreter. Ela encontrou suas botas de chuva. Colocou-as e decidiu que assim iria à piscina. Procuramos, desde o respeito, explicar-lhe que não eram os sapatos adequados para a ocasião. Mas, vendo sua resistência em tirá-las, deixamos que fosse com elas. Afinal, era sua ilusão. Estávamos de férias e a ocasião permitia. Nesse sentido, não compensa criar uma situação de estresse.

2. Dê opções limitadas

É dia de colocar o vestido de princesa na menina ou o look príncipe… Então escolha uns dois pares de sapatos para que escolha com qual quer ir. Essa é uma forma de evitar conflitos. Se possível, dê duas ou três opções de vestidos também. Você pode lhe explicar: “Hoje vamos ao aniversário de sua prima. A ocasião é especial. Então, mamãe separou essas três opções que são as mais adequadas. Com qual desses três vestidos você deseja ir à festa?“. Em seguida, dê a ela as opções de sapatos.

3. Considere o tempo

Conte sempre o tempo necessário para que a criança possa se vestir sozinha, caso assim o desejar. A pressa acaba gerando conflitos. Lembre-se de que a criança está aprendendo. Ela deseja ter esse espaço e momento para aprender a se vestir por ela mesma. Por tanto, tenha isso em conta. Vai sair às 18h, deixe que ela comece a se preparar ao menos meia hora antes.

Aqui em casa costumo dar as opções e deixar que ela tente se vestir. Sempre lhe explico que pode colocar a roupa, mas que, se não conseguir, me peça ajuda. Como Laura ainda encontra dificuldades com muitas peças, especialmente as da parte superior do corpo (camisas, camisetas, blusas, vestidos…), passados alguns minutos de tentativa acaba pedindo ajuda: “Mamãe, ajuda!”. Ou eja, nada de estresse. Laura tem a sua autoestima reforçada. Tenta por ela mesma, aprende a reconhecer que ainda não pode fazê-lo por ela mesma e a pedir ajuda se é necessário.

E se nada disso funciona? Contrapor opções pode ser uma solução.

Outro dia, em nossa conta do Instagram (@eucriandocomapego), uma mãe explicava que seu filho escolhe uma roupa e em seguida quer trocar por outra e outra. Não sabia como agir nessa situação, sem afetar a autoestima da criança, sem evitar conflitos. Expliquei-lhe que ainda não passamos por situação similar quando o tema é a roupa.

Lembramos que somos pais de uma menina e relatamos nossas experiências, também temos nossos medos, nossas dúvidas e inseguranças. Aqui estamos para trocar e compartilhar experiências. Pois bem, como contava não passamos por essa situação em relação à escolha da roupa, mas sim em escolha de um brinquedo.

Na publicação sobre a boneca anime Wunzee, contava como havíamos achado um dinheiro no chão e demos de presente para Laura, para que comprasse o que quisesse. Ela tinha claro que desejava uma boneca anime, mas entre tantas opções, com qual ficaria? Fomos confrontando de duas a duas opções, sempre mantendo aquela escolhida e uma nova possibilidade de escolha. Fizemos isso por quatro vezes.

– Qual você quer, Laura? A zebra ou a pantera. 

– Pantera.

– Qual você quer, Laura? A pantera ou a abelha.

– A abelha.

– A abelha ou a girafa?

– A abelha.

Já sabíamos, portanto, que a abelha era sua decisão. Talvez essa estratégia também possa funcionar em relação à criança escolher a própria roupa. Acredito que o mais importante é ajudá-la a tomar decisões, evitando que, futuramente, possa ser um adulto inseguro, incapaz de se decidir por A ou B. É importante dar autonomia à criança, mas também devemos estabelecer alguns limites para que possamos guiá-la nesse processo de aprender a tomar decisões.

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Método Montessori

Uma das filosofias na área da educação que mais nos apaixona é o Método Montessori. Buscamos seguir seus fundamentos na criação e educação da nossa filha. Preparamos nossa casa para que Laura tivesse tudo a seu alcance e também lhe oferecemos propostas de material, brinquedos e atividades inspiradas em montessori. Tudo isso compartilhamos aqui na web. Acesse e confira:

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