Ultimamente tenho pensado muito sobre a questão de oferecer menos brinquedos a nossos filhos. Acredito que o público que acessa nossa web concorda que menos é mais. Em outras palavras, nossas crianças não precisam de muitos brinquedos para serem felizes, mas sim de bons brinquedos que façam o mínimo para que a sua imaginação faça todo o demais. Ainda assim, também estamos de acordo que, para não dar brinquedos, devemos compensar as crianças de outra forma, e não há melhor do que proporcionar-lhes doses diárias de diversão ao ar livre.

É comum que nossa geração diga: “Na minha época não existia essa quantidade de brinquedos. Estávamos todo o dia na rua brincando com os amigos.” A culpa de que nossas crianças tenham tantos brinquedos à disposição não é exclusiva de uma indústria que tenta, de todas as formas inculcar o consumismo em nossas crianças. Em parte pode ser, mas muita responsabilidade temos nós pais que afastamos nossas crianças da rua. A indústria se aproveita para ganhar em cima de nossa falta de tempo, de nossa insegurança, de nossos medos. E nós vamos deixando.

No lugar de lutar junto aos governos por mais espaços públicos para que nossos filhos possam ocupa-los, aceitamos deixa-los em casa ou, quando é possível entre as grades do play do condomínio. Enfim, para que tenhamos menos brinquedos em casa é preciso favorecer a diversão ao ar livre.

Em um mundo tão difícil, tão violento e inseguro, como posso favorecer que meus filhos se divirtam ao ar livre? Algumas pequenas ações são importantes para que nossos filhos explorem o entorno e se conscientizem para a importância de viver em um entorno natural. Ao permitir-lhes observar o ambiente em que vive, os parques da cidade, os entornos naturais de sua comunidade, estamos formando sujeitos críticos que ajudarão a recuperar esses espaços que hoje são ocupados pela violência e a insegurança. A sua geração nos agradecerá.

Então, algumas pequenas ações podem ajudar nesse processo:

  • Viver as estações

Nos parques da cidade, a criança pode se tornar uma grande observadora. Busque ir sempre aos mesmos espaços naturais, em períodos distintos do ano. Dessa forma, poderão compreender o ciclo anual da natureza.

  • Plantar flores

Em casa, podemos fazer um pequeno jardim com vasos de flores. A criança pode se tornar responsável por regar e cuidar para que cresçam e floresçam. Essa é uma maneira de que compreenda o ciclo de vida das plantas, aprenda a ter responsabilidade, desenvolva a empatia e se torne responsável pelo meio ambiente.

  • Um mundo em miniatura

Nos jardins há um mundo de insetos que vivem entre pedras, troncos e folhas. Podemos mostrar às nossas crianças a beleza desse mundo oculto e quase imperceptível. Ofereça-lhe uma lupa e materiais necessários para exploração.

  • Busca do tesouro

Que lhe paree uma divertida busca do tesouro na natureza? No lugar de brinquedos escondidos, busque ocultar bonitos elementos naturais. Descreva-os e peça que os encontre. Excelente modo de que conheçam mais sobre o seu entorno e aprendam a preservá-lo.

  • Pique-nique

E se o tema é preservação, o pique-nique pode ser uma boa opção. Escolha um parque natural. Leve a criançada para passar divertidos momentos brincando e comendo em família. Mas não se esqueça de, no final, fazer deles responsáveis pelo lixo produzido. Se for possível reciclar, melhor ainda!

  • Brincar com água

E o que não pode faltar, as brincadeiras com água: banho de mangueira, pular poças de água, regar plantas, brincar na beira do rio, tomar banho de chuva… Quanta coisa é possível fazer com as crianças utilizando a água.

Enfim, chego a pensar que, muitas vezes, tanto discurso em torno de mais ou menos brinquedos, quando o que nos falta, de fato, são ações que permitam às nossas crianças vivenciar experiências bonitas e simples.

Desenvolvimento Infantil

Ler sobre o desenvolvimento infantil permitirá você compreender melhor seu filho e, dessa forma, ajuda-lo desde o respeito e o amor, sem gritos nem castigos. Visite nossa seção:

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