Propomos, nesta publicação, a leitura de uma bonita história infantil de unicórnio, escrita por Betha Mendonça. Certamente, você vai se deliciar com este conto.

O Unicórnio Transparente

Montada num unicórnio transparente com asas prateadas, Antônia viajou seguindo os rastros do luar sobre o Deserto de Laranja ao Por do Sol. A monotonia das dunas sopradas pelos ventos lembrava ondas de laranjada a rebentar nos rochedos caramelados. Elas modificavam a paisagem todo instante, o que dificultava encontrar a Lagoa de Suco de Morango, no Oásis dos Sonhos, suspensas sobre as nuvens de chantilly.

O unicórnio já cansado era alimentado hora a hora com algodão-doce lilás, mas se não chegassem logo ao destino, o ser encantado morreria de fome. A cada ruflar de asas o pobrezinho parecia mais sem forças para continuar até que surgiu no meio do nada uma plantação de pés de algodão-doce de várias cores.

Antônia apeou o unicórnio próximo aquela área e quando ia pegar um bom estoque de algodão lilás apareceu um grande corcel negro alado que era o dono daquele local e disse:

– Pare sua ladra!Tudo aqui me pertence e nada sai sem minha permissão!

– Desculpe senhor Corcel!Não sabia que esse algodoal tinha dono. Meu unicórnio está faminto e cansado. Se não for alimentado com algodão-doce lilás morrerá…

– E eu com isso? Retrucou o outro com voz de trovão. Fora já daqui! Ou eu mesmo sopro fogo e mato os dois!

– Mas… Mas… Senhor!… Balbuciou a menina, que recebeu como resposta um fogaréu saindo da boca do cavalo alado…

Mais rápido que depressa ela e seu acompanhante voaram para longe dali. A cada instante o unicórnio transparente ficava mais fraco e eles desceram na ventania laranja. O ser encantado parecia dar seus últimos suspiros e tudo por causa do egoísmo e falta de compaixão do Corcel Negro! A menina inconformada, já ia chorar quando ouviu um gemido triste entre as quentes areias. Era um pequeno corcel alado marrom, filho do grande Corcel Negro que machucara uma das asas e perdera-se no deserto.

O coração carinhoso da pequena se enterneceu. Ela tirou da bolsa óleos medicinais, massageou a asinha doente e colocou-lhe ataduras. Vencendo a ventania levou o cavalinho até a plantação de seu pai. Que ao vê-la bradou:

– De novo, menina?Ah, vou fazer de você um torresmo!E quando ia soprar fogo sobre ela o corcelzinho gritou:

– Não papai! Ela me salvou!

O grande Corcel ficou envergonhado ao saber que apesar de ter sido mau com a garota e seu acompanhante, ela fizera um grande bem salvando a vida de seu filhote. Arrependido, ele colheu uma leva de algodão lilás, montou Antônia em seu dorso e voou até o unicórnio que agonizava. E qual a surpresa: ele estava mais lindo, transparente e forte que sempre! A bondade também alimentava o seu frágil corpo que já se recuperara com a atitude da menininha. Assim, ele e Antônia voaram em paz para sua casa no Oásis dos Sonhos.

@Luso-poemas

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7 Comentários

  1. Alberta ramos gomes Responder

    Meus filhos amam histórinhas anted de dormir… Todos os dias eu leio essas historias pra eles,mito obrigado

  2. Lígia porciúncula Responder

    Gostei da história! Vou contá-la, pois tenho o unicórnio para representação do personagem

  3. Minha filha de 05 anos, ama que leia essa história para ela. Muito Obrigada.

  4. Que história mais linda!!! Fiquei encantada!! Vou contá-la amanhã!
    Muito obrigada! ??? Fique com Deus!

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