Moedas para administrar o tempo das crianças diante da televisão. Hoje conto para vocês uma ideia super original desenvolvida por um casal de pais para colocar ordem em casa, evitando que os filhos passem tanto tempo diante da tevê.

Tenho lido que os pediatras recomendam até os dois anos evitar toda e qualquer exposição da criança à televisão e a outros aparelhos eletrônicos (tablets, computadores, celulares, videogames…). E, após os dois anos, deveríamos limitar o uso a não mais do que duas horas diárias.

Na realidade, muitos pais recorrem à televisão, também conhecida como babá eletrônica, porque é esse o momento em que as crianças ficam calmas em casa e os adultos podem descansar ou trabalhar. Se pode ser, em algum momento uma solução, chega o tempo em que pode passar a ser um problema. A criança emenda um desenho animado no outro e não quer sair da frente da tevê. Logo, quando estão diante da tevê é um alívio, mas na hora de desligá-la, puro drama.

A autora do blog “Rejuega” conta como ela e o marido decidiram solucionar o problema da limitação do tempo diante da televisão de uma maneira muito criativa. Eles criaram “as moedas telas”. Assim explica o objetivo da atividade:

Buscávamos uma forma que desse a nossos filhos autonomia e liberdade para poder decidir como e quando utilizar o tempo diante da televisão dentro de uns limites, fazendo evidente suas decisões e seus resultados finais.

Assim apareceram, em casa, as “moedas telas”: moedas de tempo para utilizar ao longo da semana em qualquer tipo de tela. É a própria criança quem decide quantas gastar, como e quando.

Controlando o tempo das crianças diante da televisão

O objetivo das “moedas telas” pode ser controlar o tempo de exposição da criança aos aparelhos eletrônicos. Mas seus benefícios vai para além disso:

  • Colocar limites claros sobre o tema, mas sem chegar a proibi-lo.
  • Mudar os hábitos, buscando outras alternativas mais aceitáveis e respeitosas para as crianças.
  • Reduzir a dependência da criança à televisão.

Materiais para fazer “moedas telas”

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. Um pote pequeno fácil de abrir

. temporizador

. bolsinha com fecho

. tesoura

. cartolina

Como fazer as “moedas telas”

A autora do site disponibiliza o doc para imprimir com os moldes das moedas. Ela dá as opções de 15 e 30 minutos, mas você pode fragmentar o tempo como quiser. Também pode colocar a criatividade e usar moedas coloridas, cada uma indicando uma fração de tempo distinta. O importante é colocar em prática a criatividade e adequar a atividade aos materiais que tiver em casa.

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Se optar por imprimir os moldes disponíveis, cole as moedas em uma cartolina (para que fique mais resistente) e guarde-as em uma bolsinha. Voilà! Com o uso do pote para guardar as moedas gastas e um temporizador, o kit para limitar o tempo de uso da televisão em casa está pronto.

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* Fizemos uma adaptação das moedas, já que o original está em espanhol.

Como utilizar as “moedas telas” e ajudar as crianças a administrar o tempo diante da televisão

 

A ideia de utilizar moedas para administrar o tempo diante da tevê se deve a dois aspectos importantes:

. Colocar um limite claro sobre o tempo que cada criança deva estar exposta às telas (televisão, celulares, tablets, videogames, etc…). Portanto, se estipulamos um tempo X, seria lógico manter esta postura consequentemente.

. Envolver a criança na própria administração do tempo diante das telas, buscado o lado positivo desta limitação imposta pelo adulto. Ao outorgar-lhe a auto gestão do tempo, permitimos que seja partícipe e que possa ser consequente em suas tomadas de decisões e ações.

Para que tudo desse certo, o casal adotou algumas medidas:

. Definir entre o casal o tempo semanal que acreditam que a criança possa assistir à televisão.

. Preparar o kit. Lembre-se de que o total de moedas deve equivaler ao tempo determinado pelos pais.

. Apresentar a ideia à criança. O casal apresentou as “moedas telas” como uma ferramenta de administração do tempo de uso momentâneo. Para eles, a intenção era que as crianças aprendessem a desfrutar de seu tempo com variedade de atividades. Quando sentissem que haviam aprendido com a dinâmica, as moedas desapareciam e tudo seguiria seu curso normal, sem necessidade da rigidez de contabilizar o tempo.

. Mostrar o kit e mostrar o lugar da casa onde estará.

. Explicar as normas de uso.

Regras de uso das “moedas telas”

  1. Há X moedas de X tempo cada uma para utilizar durante toda a semana. Ao finalizar a semana, voltará a ter a mesma quantidade para gastar.
  2. Cada dia a criança é livre para gastar as moedinhas, mas não poderá superar o consumo diário de X moedinhas. Isso é optativo, logicamente.
  3. Uma vez acabadas as moedas da semana, não haverá mais até que comece uma nova semana.
  4. Para consumir moedas, estas devem ser tiradas da bolsa e colocadas no pote. Colocar o temporizador com o tempo que se vai gastar e começar a utilizar o tempo.
  5. Assim que soar o temporizar, a tela se apagar ou pode consumir mais tempo de tela,sem exceder o tempo de tela (sem exceder o tempo diário ou o semanal acordado).
  6. A criança pode economizar as moedas como desejar. Se quiser muito ver um filme na televisão, então precisará de mais moedas do que para ver um desenho animado.

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Não é fórmula mágica

O casal inventor das “moedas telas” advertem que a ideia não é uma fórmula mágica. Requer persistência e tempo de aprendizagem. Também pode ser adequada segundo as necessidades da família. Eles contaram que, ao aplicar, nas primeiras semanas, em poucos dias os filhos já haviam gastado todas as moedas. A chave do sucesso desse recurso é ser constante. As crianças devem aprender que devem ser consequentes com seus atos.

O mais interessante da ideia é, justamente, não proibir o acesso à televisão ou às demais telas, mas sim moderar o uso e que a criança entenda que pode aprender a se entreter com outras coisas.

Uma coisa é clara. É preciso dar outras possibilidades de diversão para a criança. Jogos, brincadeiras, passeios, idas ao parquinho, participação em oficinas infantis…

O aprendizado com as “moedas telas”?

O casal observou que seus filhos aprenderam:

. Que não se proíbe a tecnologia, mas sim que esta é moderada para que adquiram hábitos saudáveis de consumo. Além disso há um melhor acompanhamento dos pais na seleção da qualidade do que se consome.

. Que há uns limites claros, ao trabalhar o intercâmbio moeda x serviço.

. Que são capazes de aprender a administrar o tempo. É necessário um período de treinamento, mas, com o tempo, a criança aprende a administrar o tempo quase sem intervenção de um adulto.

. Que são capazes de por seus próprios limites. Ao controlar o gasto das moedas, não as desperdiçam de qualquer maneira. Tornam-se mais seletivo.

. Que todo ato tem benefícios e consequências.

. A pensar, realmente, em que querem gastar seu tempo livre.

. Diminuir a ansiedade. Não se trata de negar, mas sim de dosar. Logo, a ansiedade da criança diminui. Quando ela adquire a rotina e entendimento do mecanismo, sabe que depende dele mesmo.

. Que há outras atividades muito interessantes a parte de se conectar com a tecnologia.

Colocando em prática

Quem aí coloca em prática a ideia e nos conta se funciona mesmo? Nossa filha ainda tem um ano. Ainda não assiste à televisão. Mas nas férias farei o teste com minha sobrinha que é uma viciada mirim de desenhos animados e filmes de animação. Já contarei como foi a experiência.

Achamos a ideia genial. Vai para o nosso Armazém de Ideias e, futuramente, provaremos com nossa filha.

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