Se pensamos em que contexto utilizamos as reuniões como ferramentas para resolver conflitos, gerar ideias e conseguir colaboração entre os membros de um grupo, provavelmente pensemos, de imediato, em nosso entorno profissional. Entretanto, parece um tanto curioso que, mesmo em sua efetividade, não estejamos habituados a empregar as reuniões familiares como um recurso educativo.

Na Disciplina Positiva, uma das metodologias educativa com as quais trabalho, as reuniões familiares, são uma das ferramentas mais efetivas na hora de educar e conseguir o bem-estar que todos desejamos em nossa família.

Quer descobrir em que consistem?

Talvez, no início, possa parecer estranho ou mesmo chocante. Muitas vezes pensamos que estas coisas só funcionam nos filmes norte-americanos. Mas lhe garanto que, se você se animar a provar e as realiza com a constância necessária, comprovará, de primeira mão, todos os benefícios que trazem e não haverá semana que deixará de fazê-las.

O que são as reuniões familiares?

As reuniões familiares proporcionam uma oportunidade única para mostrar às crianças valiosas habilidades sociais, ao mesmo tempo em que funcionam como espaço para que pais e mães modelem as competências de vida que desejam ensinar a seus filhos.

Você não precisa de nenhum conhecimento teórico específico, nem muito tempo para poder colocá-las em prática. Apenas necessita constância, atitude e vontade de compartilhar um momento especial em família. As reuniões familiares costumam ser realizadas com uma frequência semanal, preferivelmente sempre no mesmo dia da semana que escolhermos e na hora que decidamos. A duração da mesma não precisa superar os 20 ou 30 minutos aproximadamente.

Devemos reunir-nos todos os membros da família que vivamos na casa e queiramos participar. É importante que ninguém seja obrigado a fazer parte dessa atividade, se não deseja fazê-lo.

No caso de que algum membro não seja favorável a esta nova dinâmica familiar, é melhor colocar na atividade outro nome distinto a reuniões familiares. Isso porque nos asseguramos de respeitar as necessidades de todos os membros da família e sua vontade de não querer participar, embora seja algo que mude assim que comece a comprovar sua grande efetividade. As reuniões familiares tem a seguinte estrututra:

1. Primeiro passo – AGRADECIMENTOS

Há quanto você não diz a seu marido (ou à sua esposa) ou a seus filhos o quanto gosta de algo concreto que tenham feito por você nesta semana? E o que você escuta de sua parte? Às vezes, damos por certo que os membros de nossa família sabem o muito que os amamos e estamos agradecidos a eles. Entretanto, em certas ocasiões, não está demais ser explícitos e manifestar nosso apreço em voz alta diante de toda a família.

É por isso que o primeiro passo das reuniões familiares consiste em realizar uma ronda de agradecimentos na qual cada membro da família, um de cada vez, agradeça ao resto de participantes algo que o outro tenha realizado e o tenha feito se sentir bem. Assim você criará uma atmosfera positiva em sua família se todos aprendem a buscar o bom nos demais e a verbalizar os comentários positivos.

2. Segundo passo – BUSCA DE SOLUÇÕES, ideias e sugestões sobre o tema agendado

Depois da ronda de agradecimentos, chega a vez de discutir, em família, um tema que tenhamos pensado e colocado na agenda para a semana. Pode ser desde decidir o que vamos fazer no fim de semana, o que compramos para o aniversário do avô, planos de cardápio da semana, férias, o que podemos fazer para que as rotinas pelas manhãs sejam mais ligeiras e não cheguemos todos os dias tarde à escola.

Esse momento da reunião tem como finalidade que todos desenvolvamos a habilidade de enfocar-nos em soluções tão necessárias para nosso dia a dia em família. Esse é o espaço ideal para que, tranquilamente, façamos uma tempestade de ideias entre todos e tratamos algum tema que nos preocupe.

3. Terceiro passo – DEFINIÇÃO DOS ACORDOS

Depois de reunir todas as ideias (tanto as expostas pelos padres como as das crianças), se vota naquela que acreditamos mais útil e se acorda colocá-la em prática durante um tempo determinado. Por exemplo, durante uma semana. E, assim, poderemos revisar, na próxima reunião familiar, se o que decidimos está funcionando ou não.

4. Quarto passo – ATIVIDADE DE ÓCIO EM FAMÍLIA

É importante fechar as reuniões familiares com uma atividade divertida para gerar interesse e criar um clima cooperativo no qual todos tenham vontade de repetir cada semana, ao mesmo tempo em que passamos um tempo especial juntos. As atividades podem ser desde um jogo de mesa, ver um filme, uma guerra de cócegas ou qualquer coisa que nos faça conectar com nossos filhos de forma positiva.

Conclusões

Como vimos, as reuniões familiares são uma ferramenta simples que nos permitem mostrar às crianças habilidades como: a escuta, gerar ideias, resolver problemas, o respeito mútuo, a importância de estar calmos para resolver os problemas, centrar-se nas soluções, chegar a acordos, cooperação, perder o medo a errar e aprender com os erros, etc.

Ao mesmo tempo, ajuda os pais a evitar as lutas de poder, já que o controle se compartilha de maneira respeitosa e as crianças participam na tomada de decisões. Também é uma excelente opção para compartilhar responsabilidades, criar boas lembranças familiares, vínculo com nossos filhos e modelar as habilidades de vida que queremos que aprendam.

O que espera para provar as reuniões familiares?

Autora: Marián Cobelas

Tradução: Karina de Freitas

Visto em Disciplina Positiva Espanha

Disciplina Positiva

Através da Disciplina Positiva aprendemos a centrar-nos em potenciar habilidades em nossos filhos para que possam ser capazes de solucionar problemas por eles mesmos. Também reconhecemos que castigos físicos e psicológicos não são recursos que favoreçam a criar crianças com autonomia, responsáveis e independentes. Saiba mais:

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