Os castigos não servem: funcionam a curto prazo, mas, a longo prazo, são totalmente ineficazes.

Refletindo sobre a questão dos castigos, é importante pensar para que são, frequentemente, utilizados. A simples vista, o objetivo do castigo é eliminar ou modificar um comportamento da criança. Mas, se vamos além, o que realmente se quer é que a criança interiorize uma regra ou um valor.

Por exemplo, quando se castiga uma criança porque bateu em um companheiro, o que se pretende é que essa criança não bata nesse companheiro. Mas, mais ainda, o que se deseja, na realidade, é que a criança interiorize o valor relacionada com não fazer dano aos demais.

O castigo elimina o comportamento não desejado a curto prazo, mas, a longo prazo, é totalmente ineficaz. Assim, mediante o castigo não se está transmitindo nenhum valor e, além disso, a criança não está interiorizando nenhuma regra nem valor positivo por ser castigado.

A interiorização de regras e valores por parte das crianças é muito mais complexa. Esta se produz mediante a interação de três componentes:

1. A percepção de que a criança tem das intenções de seus pais ou professores, baseada na clareza das mensagens. A capacidade da criança para interpretar ditas mensagens, seus pré-conceitos para interpretar e seu estado emocional.

2. O grau de aceitação de ditas mensagens, que depende da calidez da relação pais e filho e/ou professor-aluno e de até que pondo a atuação do adulto é considerada justa ou não e proporcionada para a criança à qual se dirige.

3. O grau de percepção da própria participação por parte da criança na elaboração da mensagem, no lugar de vivê-la como uma mera imposição por parte do adulto.

A tomada de consciência desses três componentes na assimilação de normas e valores por parte das crianças, permitirão a pais e educadores transmiti-los de maneira positiva, podendo prescindir de ameaças e castigos.

* Texto de Mónica Serrano, Psicóloga. @PsicologiayCrianza.com

Disciplina Positiva

Através da Disciplina Positiva aprendemos a centrar-nos em potenciar habilidades em nossos filhos para que possam ser capazes de solucionar problemas por eles mesmos. Também reconhecemos que castigos físicos e psicológicos não são recursos que favoreçam a criar crianças com autonomia, responsáveis e independentes. Saiba mais:

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