Muitos pais vivem reclamando que seus filhos não ajudam nada em casa. Dizem que, por mais que tentem, não conseguem estabelecer regras básicas de organização em casa. Por exemplo, seu filho tem 3 anos e não recolhe os brinquedos. Ao final, esses pais se sentem frustrados por não se serem capazes de obter a cooperação das crianças.

Não é raro, então, que, para conseguir que recolham os brinquedos, acabem gritando, castigando ou ameaçando. “Se não catar os brinquedos agora, não te dou sorvete!”, diria uma mãe para conseguir seu objetivo. Mas será que isso é eficaz? Talvez, naquele momento sim, mas ao longo do tempo, pode jogar em contra.

Jane Nelsen, autora de Disciplina Positiva, sugere que sigamos 4 passos para conseguir a cooperação das crianças:

  1. Expresse compreensão sobre os sentimentos das crianças.
  2. Mostre ‘empatia’ sem concordar. A empatia não significa ‘estar de acordo’, mas sim que você compreende a percepção da criança.
  3. Comparta seus sentimentos e percepções. Fale de momentos nos quais você se sentiu ou se comportou de igual maneira.
  4. Convide a criança a enfocar em uma solução para o problema. Se não as encontra, ofereça você mesmo sugestões ou alternativas até chegar a um acordo.

Como conseguir a cooperação das crianças

Estabelecendo acordos em família

Em lugar de ameaças, o melhor é estabelecer acordos. Como pais devemos ter claro que devemos cumprir com o acordado. Sendo assim:

  • Tenha diálogo no qual todos possam dividir seus sentimentos e opiniões acerca de um tema.
  • Faça uma tempestade de ideias de possíveis soluções e escolham uma em que todos estejam de acordo.
  • Definam um prazo específico de tempo.
  • Se o acordo não é cumprido, evite julgamentos e críticas. Utilize sinais não verbais ou pergunte: ‘Qual era o nosso acordo?’.
  • Se o acordo segue sem ser cumprido, inicie novamente desde o passo 1.

Recordando o acordo

Lembre-se de que a maioria das crianças do mundo tem como prioridade brincar e se divertir. Guardar os brinquedos não é uma prioridade. Logo, como pais, devemos sempre recordar-lhes, explicar uma e outra vez, os benefícios de ter tudo recolhido. Enquanto tenham isso bem claro, será muito mais fácil conseguir sua cooperação.

Portanto, use perguntas que o ajudem a lembrar quando for a hora de recolher os brinquedos:

  • O que foi que acordamos?
  • Como poderíamos fazer para que tudo esteja recolhido e a sala esteja em ordem novamente?
  • O que devemos fazer com os brinquedos depois de brincar se queremos encontra-los no próximo dia?
  • Você quer que eu ajude você a guardar os brinquedos ou você quer fazer sozinho depois do banho, enquanto eu cozinho? Por mim, o que você decidir está bem.

Aponte os progressos, não as falhas

No processo de conseguir a cooperação de nossos filhos nas tarefas, devemos sempre mostrar que estamos atentos aos progressos e não aos erros. Como estamos dando o exemplo de recolher os brinquedos, lembre-se de que as crianças tem um sistema de organizar os objetos diferentes de nós adultos. Logo, não queiramos que guardem tudo exatamente como faríamos nós.

Primeiramente devemos observar como nossos filhos tem concebida a ideia de ordenação. Pouco a pouco podemos ir ensinando como queremos, mas até lá, devemos mostrar como os progressos que vão fazendo são bem recebidos.

Então, quando recolha os brinquedos, ainda que não da forma como você desejaria, motive-o. Algumas frases:

  • Dá gosto entrar em seu quarto!
  • Saí só um instantinho e quando cheguei já não havia nada no corredor. Que rapidez.

Lembre-se de agradecer a ajuda:

  • Obrigada por ter me ajudado.
  • Fico contente que você tenha recolhido. Sei que você não tinha muita vontade de fazer isso agora.

Tome nota! Não é preciso dar prêmios, nem usar de ameaças ou castigo. Apenas requer de você muita paciência. Não há prazo para conseguir a cooperação. Cada criança tem um ritmo. Todas podem chegar ao mesmo objetivo (recolher os brinquedos). Umas o farão antes, outras depois. Seja persistente!

Disciplina Positiva

Através da Disciplina Positiva aprendemos a centrar-nos em potenciar habilidades em nossos filhos para que possam ser capazes de solucionar problemas por eles mesmos. Também reconhecemos que castigos físicos e psicológicos não são recursos que favoreçam a criar crianças com autonomia, responsáveis e independentes. Saiba mais:

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