Desde que soube que estava grávida, uma decisão tomei: não gritar e não bater na minha filha. Tenho claro que quero construir com minha filha uma relação baseada no respeito e na confiança. Daí que optamos, meu marido e eu, por uma criação com apego, por uma educação sem gritos nem castigos.

Estou convencida de que o estado emocional de uma criança educada com gritos e castigos é de tristeza e insegurança. A médio prazo vê sua autoestima danificada, podendo chegar à depressão. A criança não se sente amada e não confia integralmente em seus pais. Sua própria voz interior lhe diz “meus pais não me amam, não mereço ser amada, por isso gritam comigo”, “eu não valho”, “não sou bom para meus pais, por isso gritam comigo”.

É certo que estamos em plena “primeira adolescência”, também conhecida como os “terrible two”. Ou, se preferimos dizer, o período de birras. A filha intensa não perdoa. Se quer algo, o escândalo está formado. Entre a dificuldade de administrar as emoções adequadamente, ainda acrescenta uma dose de dramaticidade, o que lhe é inato.

Como consigo não gritar nos momentos em que a filha intensa perde o controle? Falo de algumas estratégias que adoto e que podem ser úteis para você também:

Como faço para ser uma mãe que NÃO GRITA

1. Conheço bem minha filha

Pratico muito a observação. Tenho o olhar posto em Laura quando está brincando e quando está em momento de descontrole. Ter conhecimento de nossos filhos é condição fundamental para poder manejar a ira e a frustração sem gritos. Isso nos permite conectar melhor com eles, ajudando-os a conhecer a si mesmo, suas emoções e seus sentimentos. Dessa forma, aprendemos a nos relacionar com eles de forma positiva.

2. Pratico mindfulness

Um bom par de respirações profundas podem ajudar a manter a calma. Aliás, aprender a respirar deve ser algo a ser praticado também pela criança. Aqui em casa, através de exercícios de respiração consigo que a filha intensa se acalme durante a birra.

3. Administrar a ira

O choro estridente da criança e a birra sem aparente motivo pode levar qualquer adulto ao descontrole. Mencionava o quanto é importante observar nossos filhos. Mas também é muito importante olharmos para nós mesmos. Precisamos compreender melhor as emoções que nos fazem perder a paciência e gritar. Observe em que momentos as atitudes de seus filhos fazem você se descontrolar. Reflita que estratégias pode adotar para manter a calma nessas situações. E, claro, coloque-as em prática.

4. Estabeleço as regras sem gritar

É certo que uma criança é incapaz de compreender as razões pelas quais gritamos com ela. Não entende por que não lhe dizemos as coisas com firmeza, mas com carinho, tal como merece. Daí que as regras são claras. Se vamos sair de casa, explico à Laura tudo o que faremos. Ao antecipar o que vamos fazer, evitamos o estresse da criança. E, voltando para casa, se ela pede um sorvete, recordo a regra: “Sorvete é sobremesa. Depois do almoço você pode comer. Lembre-se de que agora vamos à casa almoçar”. Caso a vontade de tomar um sorvete seja tamanha que se descontrola e faz uma birra em plena praça central da cidade, mantenho a calma e sou firme: “depois de almoçar você come o sorvete”. A partir daí, trato de ajuda-la a controlar sua frustração. Como? Convido você a ler uma publicação na qual conto minha técnica para controlar a birra da Laura.

Disciplina Positiva

Através da Disciplina Positiva aprendemos a centrar-nos em potenciar habilidades em nossos filhos para que possam ser capazes de solucionar problemas por eles mesmos. Também reconhecemos que castigos físicos e psicológicos não são recursos que favoreçam a criar crianças com autonomia, responsáveis e independentes. Saiba mais:

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