Para celebrar o Dia da Consciência Negra, fizemos uma super pesquisa que visa a valorizar a cultura africana. Trazemos para vocês Histórias de mulheres negras para empoderar meninas. Aqui há relatos da vida de mulheres de ascendência africana que mudaram a história de nosso país e do mundo.
Essa é uma forma legítima de ajudar as meninas negras a acreditar em sua força, a se tornarem resistência em um mundo que ainda as exclui de muitas camadas sociais. Então, você se anima a tornar essas incríveis mulheres negras mais conhecidas entre nossas crianças?
Leia também:
Mulheres negras que fizeram e fazem história no mundo
Abaixo, você encontra histórias de mulheres negras que lutam (ou lutaram) para fazer valer sua voz. Mulheres negras que enchem de orgulho sua raça e cujas vidas se tornam inspiração para muitas pessoas.
Aizita Nascimento
Não há dúvidas de que sua participação nos concursos de beleza foi importantíssimo para a valorização da beleza e da autoestima da mulher negra.
Vale ainda mencionar que, em 1964, Vera Lúcia Couto ganhou o título de Miss Guanabara. E, 20 anos mais tarde, já em 196, Deise Nunes tornou-se a primeira negra a se tornar Miss Brasil.
Bessie Coleman
Filha de pais sem estudos, mas que sempre valorizaram que os 13 filhos estudassem. Bessie era a décima primeira criança do casal George e Susan. Desde os 6 anos, ela caminhava mais de 6 km ao dia para poder estudar. Embora tivesse muitas dificuldades, sempre foi uma ótima aluna.
Aos 23 anos, mudou-se para Chicago, Illinois, onde trabalhou como manicure em uma barbearia e também em um restaurante. A dupla jornada tinha uma finalidade: juntar dinheiro para a escola de aviação. Infelizmente, as escolas de aviação não recebia alunos negros. Ainda assim, recebeu ajuda e acabou conseguindo se matricular. Como nos Estados Unidos, ela não teria chances de conseguir a licença, começou a estudar francês para ir a Paris e, em 1920, obter a licença para pilotar. História de vida inspiradora, não é mesmo?
Dandara Zumbi dos Palmares
Pouco se sabe sobre sua vida, mas Dandara foi a mulher de Zumbi dos Palmares. Na história de nosso país, Dandara é uma heroína que dominava técnicas de capoeira e lutava ao lado de homens e mulheres nas várias batalhas que ocorreram em Palmares, quilombo estabelecido na Serra da Barriga, situada na então Capitania de Pernambuco (atual estado de Alagoas). Ela liderou as falanges femininas do exército palmarino.
Essa guerreira preferiu a morte à escravidão. Foi presa, suicidou jogando-se de uma pedreira ao abismo para não retornar à condição de escrava. Saiba mais sobre essa mulher afro-brasileira.
Ellen Johnson Sirleaf
Ellen Johnson Sirleaf é uma mulher com vontade de mudar o mundo. Essa política liberiana, líder do Partido da Unidade (Unity Party) foi a primeira mulher eleita chefe de um estado de país africano. Foi presidente da Libéria de 2006 a 2018. Chegar a esse cargo não foi fácil. Ellen estudou na Universidade de Harvard e participou, pela primeira vez, no governo liberiano durante o mandato do presidente William Tolbert, desempenhando o cargo de ministra de finanças.
Em 1985, ao candidatar-se a uma vaga no Senado, foi condenada a 10 anos de prisão por criticar, publicamente, o regime militar. Mesmo com essa condenação, foi presa por pouco tempo. Após a curta passagem pela cadeia viveu no exílio até 1997, quando regressa à Libéria.
Luciana Lealdina, a Mãe Preta
Luciana Lealdina ficou conhecida como “Mãe Preta”. Nascida em Porto Alegre, em 13 de junho de 1870, a brasileira se mudou para o município de Pelotas, onde iniciou toda uma vida de dedicação às crianças negras. Em 1901 fundou o Asilo São Benedito, onde voluntárias negras alfabetizavam e ensinavam habilidades domésticas às crianças carentes.
Sete anos mais tarde, em 1907, mudou-se novamente, indo viver em Bagé. Lá deu origem ao Orfanato São Benedito com ajuda da amiga Florentina Ferreira e de suas três filhas (Alice, Avelina e Julieta). Seu trabalho social foi realizado, especialmente, com crianças negras, filhos de ex-escravos. Seu projeto tomou grandes proporções e deu origem a uma creche para crianças pobres. A Mãe Preta morreu em 1930, mas deixou um legado que perdura até os dias de hoje.
Mae Jemison
Quanto tempo foi preciso para que uma mulher negra chegasse tão longe!!!
Oprah Winfrey
Sua infância foi marcada por abusos sexuais e agressão por parte de familiares, um tio e primos adolescentes. Apesar da dura vida, dedicou-se aos estudos com a certeza de que queria um futuro melhor para si mesma. Cansada dos abusos sofridos, terminou a escola fundamental e fugiu de casa. E nada foi fácil. Viu o drama de seus pais se repetir em sua própria vida. Aos 14 começou a namorar, ficou desesperada ao descobrir-se grávida. E sofreu depressão após o parto, já que teve que lidar com a morte prematura de seu filho.
Afastada da família materna vai morar com o pai e volta a estudar. Daí pra diante, viu como sua vida começou. Seu empenho começou a dar frutos. Ganhou o título de “Garota mais legal da escola”. Também ganhou um concurso de locução. Aos 17 anos, ganhou um concurso de beleza por ter uma beleza chamativa. Esse foi só o início de uma carreira de sucesso! Fica claro que os estudos podem mudar a vida de uma pessoa.
Ruby Bridges
Em 1960, atendendo ao pedido da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP), os pais de Ruby a ofereceram para participar no programa de integração do sistema escolar de Nova Orleans. Dessa forma, ela e outras cinco crianças passaram no teste que determinava se poderiam ir a uma escola toda branca. Ruby foi a única que, ao final, ingressou na William Frantz. A foto de seu início na escola tem rodado o mundo. É que essa mulher foi, realmente, muito valente. Foi ela a dar um grande passo para a inclusão dos negros no sistema escolar.
Enfrentou muito preconceito. Viu como sua entrada na escola fez com que pais brancos tirassem seus filhos de lá. Com exceção de Barbara Henry, todos os professores se recusaram a ensinar enquanto a menina estivesse matriculada. Foi, inclusive, Barbara quem aceitou ensinar a Ruby e por mais de um ano lhe ensinou sozinha, como se estivesse dando aula para uma classe inteira.
Ainda assim, não desistiu. Persistiu lutando contra o racismo. Atualmente, através de sua Fundação, criada em 1999, promove “os valores da tolerância, do respeito e a valorização de todas as diferenças. Para ela “o racismo é uma doença e temos de parar de usar nossos filhos para espalhá-la”.
Ruth de Souza
Essa mulher é uma inspiração para muitos, já que foi a primeira atriz negra a subir no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com a peça O Imperador Jones, de Eugênio O’Neil. Além disso, recebeu uma bolsa de estudos da Fundação Rockefeller, para estudar na Faculdade de Harvard e na Academia Nacional de Teatro, nos Estaos Unidos.
Zezé Motta
Sem dúvidas, o talento vanguardista da “Pérola Negra” é fonte de inspiração para muitas mulheres que buscam uma inclusão no meio artístico.