É de virar os olhinhos 1000x. Aqui não tem desculpa. Aquela história de que não sabemos quem veio primeiro, se o ovo ou a galinha, não se aplica. Seio materno/peito existe muito antes de chupeta/bico.
Aliás, as chupetas foram desenvolvidas na tentativa de sanar a necessidade de sucção dos bebês há mais de 3000 anos. E desde lá já choviam críticas a seus efeitos adversos. Mas eu não vim aqui falar de bico. Vim falar de peito.
E peito não é, JAMAIS, feito de chupeta. A chupeta que é “imitadora” de peito, e sua semelhança não é nada equivalente. Eles bem que tentaram, mas o Tetê é único.
Bebês precisam de uma tal sucção não nutritiva. Já ouviu falar? Eles precisam sugar em seio materno mesmo se não for para se alimentar.
O peito fornece acolhimento, afeto, segurança, relaxamento, vínculo e muito mais além do famoso leitinho power. Só que além disso tudo, essa sucção não nutritiva em seio materno tem a função de ajudar na acomodação da cavidade oral. Favorece bom desenvolvimento dentofacial ( oclusão dentária normal e consequente mastigação correta), além do crescimento anteroposterior da mandíbula, relação adequada entre estruturas duras e moles, permitindo tonicidade e postura correta da língua, com lábios em perfeito vedamento, propiciando o estabelecimento da respiração nasal. Assim, promove um bom desenvolvimento das estruturas orais envolvidas no ato de sugar, contribuindo para uma boa fonoarticulação, mastigação, deglutição e respiração. Resumindo: perfeição de Tetê que deixa tudo no lugar certo e adaptado. ⠀⠀⠀
Por isso, nada de regular o peito à exclusividade da alimentação. Ele é muito mais. E chupeta não substitui o peito neste aspecto, apenas no relaxamento e necessidade de sucção. Mas é um grande vilão da amamentação e da acomodação oral.
Não é necessário pânico: Você que não pode amamentar vai ter um filho lindo e saudável mesmo assim. Você que está na luta da amamentação: valorize e persista. E todos, desconsiderem a comicidade de um peito que virou chupeta.
* Texto de Dra. Mariele Rios, pediatra. Ilustração: Lucy Scott
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